Depois dos estaduais e da Copa do Brasil, hoje será o Brasileiro, das 1ª, 2ª, 3ª e 4ª divisão nacional. Revejam as parte 1 e parte 2 da retrospectiva.
O Campeonato Brasileiro de 2010 foi um dos mais emocionantes - senão o mais emocionante - desde a criação dos "pontos corridos". Na última rodada da competição, três times disputavam o primeiro lugar: Fluminense, Corinthians e Cruzeiro. Melhor para o Flu, que sob o comando de Muricy Ramalho faturou a taça, sendo que o treinador pôde ser coroado como o "rei dos pontos corridos". Em sete edições desta fórmula, o comandante tricolor foi campeão em quatro (2006, 2007 e 2008), além de acumular um vice, em 2005.
O Fluminense iniciou a competição desacreditado, principalmente pelo fato de no ano anterior ter se livrado do rebaixamento somente na última rodada. Apesar disso, Muricy Ramalho soube implementar seu estilo de trabalho com maestria e conseguiu que diretoria e jogadores abraçassem com ele o projeto que culminaria com a taça ao Fluminense. O elenco também foi outro fator determinante para a conquista dos cariocas, já que mesclava experiência (Washington e Fred) e juventude (Tartá e Marquinho), além de peças de renome internacional (Deco e Belletti).
Além de Muricy Ramalho é importante apontar o responsável dentro de campo pelo sucesso tricolor. Isso mesmo, caro leitor. Conca, o camisa 10 do Flu, foi o principal jogador do time. Tanto é verdade, que o argentino atuou nas 38 partidas do time no Brasileirão. Com gols importantes e assistências precisas, Conca foi eleito o melhor jogador da competição e levou quase todos os prêmios neste quesito no futebol brasileiro.
Números do Flu!
Em 38 jogos, o Fluminense venceu 20, empatou 11 e perdeu somente sete vezes. O ataque tricolor balançou as redes dos adversários em 62 oportunidades, enquanto que a defesa sofreu apenas 36, deixando o saldo com 26 gols positivos. A melhor defesa da competição retrata bem o que é o trabalho de Muricy Ramalho, que prefere dar consistência a marcação, assim como fez no São Paulo quando conquistou o tricampeonato nacional.
A última derrota do Fluminense no Brasileirão ocorreu em 10 de outubro, quando perdeu de 1 a 0 do Cruzeiro, fora de casa. Após isso, o elenco tricolor soube manter a estabilidade até à conquista. O artilheiro do Flu foi ninguém menos que Washington, com 10 gols. O Coração Valente chegou ao clube logo após a Copa do Mundo e provou que poderia ajudar o Tricolor.
Quando tem Copa do Mundo...
Em 2010 aconteceu a Copa do Mundo da África do Sul. Além de parar o Brasileirão na sétima rodada, a competição tem outro tópico interessante com a disputa brasileira. Desde a criação do Brasileirão (em 1971), times do Rio de Janeiro e de São Paulo se revezam nas conquistas da competição em ano de Copa do Mundo.
Os cariocas possuem somente três conquistas nesse período (Vasco, em 1974; Flamengo em 1982; e Fluminense, em 2010), enquanto que os paulistas aparecem com sete títulos (Guarani em 1978; Sâo Paulo em 1986 e 2006; Corinthians em 1990 e 1998; Palmeiras em 1994; e Santos em 2002.
Arrancada tricolor!
Dado como "carta fora do baralho", o Grêmio foi o responsável por uma das mais belas arrancadas do Brasileirão. O Tricolor dos Pampas estava desacreditado e a torcida já pensava no tormento que seria 2011. Apesar disso, existia uma luz no fim do túnel e ela tinha nome e sobrenome: Renato Gaúcho. O treinador deixou o Bahia e aceitou o desafio de comandar o time em que é ídolo.
No começo, Renato Gaúcho sofreu com a crítica e também com a desconfiança da torcida. Mesmo assim, o ex-atacante gremista e responsável pelo título mundial do clube, deu a volta por cima e levou o Grêmio de "virtual rebaixado" para a Copa Libertadores de 2011. O caminho traçado para isso foi o poder do ataque, que marcou 68 gols, sendo o melhor da competição.
O goleador soberano!
Um dia Jonas foi apontado como o "pior atacante do mundo". A citação foi feita por um jornal espanhol após uma partida do Grêmio em que o atacante perdeu gols considerados fáceis. Em 2010, Jonas deu a volta por cima, se emocionou em coletiva e provou com gols que tem capacidade de ir ainda mais longe. O atacante marcou 23 gols com a camisa do Grêmio no Brasileirão, sendo o artileiro da competição.
Jonas ainda fez história com a camisa gremista. O jogador se tornou o quinto maior goleador do clube, deixando para trás o atual treinador do time, Renato Gaúcho. Com 75 gols, Jonas está atrás somente de Alcindo, Tarcísio, Baltazar e Osvaldo. Antes do Brasileirão começar, Jonas ocupava a 17ª colocação no ranking dos maiores artilheiros e provou em campo ser capaz de superar traumas causados nos bastidores.
Os degolados!
O Brasileirão de 2010 deixou algumas marcas profundas e que ainda irão demorar um certo tempo para serem cicratizadas, principalmente para os quatro times rebaixados à Série B de 2011: Vitória, Guarani, Goiás e Grêmio Prudente. Os degolados - digamos - fizeram por merecer a queda. O caso mais crítico entre os rebaixados foi o do Guarani, que ficou 12 jogos sem vencer, sendo oito derrotas e quatro empates. A última vitória do time campineiro foi no dia 25 de setembro, quando fez 1 a 0 no então candidato à queda, o Vasco da Gama.
São por essas e outras que o futebol brasileiro continua sendo um dos mais disputados. Agora, é aguardar por 2011...
Com seis representantes, o Estado de São Paulo tinha pelo menos a obrigação de colocar um time na elite do Campeonato Brasileiro de 2011, mas o objetivo foi por água abaixo. Melhor para Coritiba, Figueirense, Bahia e América-MG que foram os donos das quatro melhores campanhas da Série B e puderam comemorar o tão sonhado acesso após 38 rodadas e quase sete meses de disputa.
Dono da melhor campanha, o Coxa comemorou não só o acesso, mas também o título da Série B. O feito aconteceu justamente um ano depois da terrível queda no Brasileirão, quando empatou em casa com o Fluminense e viu seus torcedores, revoltados, destruírem o Estádio Couto Pereira e travar uma verdadeira guerra campal com os policias dentro de campo. No entanto, a campanha de 2010 serviu para apagar qualquer lembrança do passado e teve como principal responsável o técnico Ney Franco, que prometeu levar o time paranaense de volta a elite. Depois de cumprir o objetivo, seguiu para comandar as categorias de base da Seleção Brasileira.
Devido aos incidentes de 2009, o Coritiba ficou quase o primeiro turno todo sem poder atuar no Couto Pereira, mandando seus jogos assim para Joinville. Mesmo longe de casa, conseguiu grandes resultados, mas foi na volta para Curitiba que iniciou a arrancada rumo ao título e ao acesso. Com saudades do time, a torcida compareceu em peso e empurrou o Coxa para a elite. Depois, foi só comemorar mais um campeonato conquistado.
Quem também fez uma campanha de tirar o chapéu foi o Figueirense, que contou com a experiência do atacante Reinaldo e apostou em jovens promessas como William, Roberto Firmino entre outros. Sob o comando de Márcio Goiano, o clube catarinense sempre esteve brigando pelas primeiras colocações e acabou terminando a Série B na vice-liderança, com 67 pontos conquistados.
Apoiado pela sua imensa torcida, tanto que teve a melhor média de público da Série B, o Bahia fez Salvador ter o carnaval de 2011 antecipado. Depois de começar com Renato Gaúcho no comando, o Tricolor se acertou com Márcio Araújo e sempre brigou pelo acesso. No entanto, alguns tropeços inesperados em casa quase acabaram prejudicando a grande campanha que o time realizou, terminando na terceira colocação, com 65 pontos.
Surpresa?
Após conquistar o acesso para a Série B em 2009, o América-MG entrou na competição com uma certa desconfiança, não só por parte de seus torcedores, mas também de toda a imprensa. Com um elenco bastante experiente, contando com jogadores como Fábio Junior, Euller, Irênio e Flávio, o Coelho foi o que mais sofreu para conquistar o acesso. O objetivo só foi alcançado na última rodada, ao empatar com a Ponte Preta em pleno Moisés Lucarelli. A torcida compareceu em bom número no estádio do adversário e fez a festa após o apito final, comemorando a volta à elite depois de nove anos.
Fracasso paulista
Mesmo com seis clubes, o futebol paulista não conseguiu colocar nenhum na elite do Brasileirão de 2011. Muito pelo contrário. Apenas a Portuguesa brigou até a última rodada com o América-MG para conquistar o acesso, ficando a apenas um ponto de atingir o objetivo. A vaga no G4 só não foi alcançada pelo fato da diretoria ter demorado para demitir Vadão, já que seu antecessor, Sérgio Guedes, fez uma campanha digna de times que brigaram pelo título. A diferença para o Coelho foi de apenas um ponto.

Sem dúvidas nenhuma, uma das maiores decepções desta Série B foi a Ponte Preta. Nas primeiras rodadas, fez uma campanha medíocre e foi para a Copa do Mundo muito próxima da zona do rebaixamento. No entanto, aproveitou bem a intertemporada e voltou surpreendendo a todos, conquistando seis vitórias seguidas e chegando a brigar pela liderança ainda nas primeiras rodadas do segundo turno. Porém, acumulou diversos jogos sem conquistar um resultado positivo e terminou na melancólica 14ª colocação, a apenas dois pontos da zona de rebaixamento.
Completando o fracasso paulista, o Santo André, que teve um grande primeiro semestre, conquistando o vice-campeonato paulista, perdeu muitos jogadores importantes - Branquinho, Bruno Cesar, Carlinhos, Nunes e Rodriguinho - e sofreu uma grande reformulação em seu elenco. Com várias mudanças na comissão técnica, amargou o rebaixamento para a Série C do Campeonato Brasileiro.
Ainda falando dos paulistas, o Bragantino fez uma campanha razoável e terminou na oitava colocação, tendo a melhor defesa da Série B ao lado do Figueirense. O São Caetano foi apenas o décimo colocado, enquanto o Guaratinguetá escapou da última rodada, ao vencer o Coritiba fora de casa. Aliás, esse foi o campeonato de despedida do Guará, que deixou o Vale do Paraíba e se transferiu para Americana, no Interior do Estado de São Paulo, passando a se chamar Americana Ltda.
Rebaixados
Se as torcidas de Coritiba, Figueirense, Bahia e América-MG comemoraram, o mesmo não se pode dizer dos torcedores de Brasiliense, Santo André, Ipatinga e América-RN, que acabaram sendo rebaixados para a Série C do Campeonato Brasileiro. A grande surpresa foi o Brasiliense, que contou com jogadores experientes como Aloísio Chulapa, Deda e Iranildo, mas não conseguiu correr atrás do prejuízo. Campeão brasileiro com o Flamengo no ano passado, Andrade assumiu o Jacaré nas últimas rodadas e por muito pouco não livrou o time da degola.
O América-RN esteve desde as primeiras rodadas na zona de rebaixamento e o seu destino não poderia ter sido outro: degolado e lanterna. Nem mesmo os 21 gols do atacante Alessandro, sendo artilheiro pela segunda vez da Série B, acabaram livrando o Ipatinga do rebaixamento. Quem surpreendeu mesmo foi o Vila Nova, que ficou quase toda a Série B entre os quatro piores, mas conseguiu uma arrancada fantástica depois da chegada do técnico Ademir Fonseca, com seis vitórias seguidas - igualando ao recorde da Ponte Preta nesta edição. O Tigre terminou com a mesma pontuação que o Brasiliense, mas escapou da Série C devido ao número de vitórias - 13 contra 12.
Em 2010 quatro times subiram mais um degrau do futebol brasileiro rumo à elite do futebol nacional. Os tradicionais ABC, Criciúma e as consideradas surpresas Ituiutaba e Salgueiro conseguiram o acesso na Série C e seguirão na briga por um lugar ao sol no futebol nacional.
Com este sistema de disputa alguns times tradicionais ficaram pelo caminho, sendo ultrapassados por equipes de menos expressão. O grande exemplo disto é o Fortaleza. Único time da competição a não sofrer nenhuma derrota. Porém, nem assim a equipe conseguiu a vaga. Dividindo grupo com outro gigante, o Paysandu, que se classificou com uma rodada de antecedência, o Fortaleza precisava de uma vitória na última rodada contra o Águia, em Marabá, mas ficou num empate e voltou para casa antes da hora.
Que vergonha!
Se para os torcedores do Fortaleza, que já disputou a elite do Brasileirão, não conseguir a classificação foi motivo de lamentação. Para a torcida de Gama e Juventude, que também já estiveram na primeira divisão, o rebaixamento para a quarta divisão nacional é motivo para desespero. Com campanhas fracas, dignas do futebol apresentado, as duas equipes juntas somaram apenas uma vitória e sete derrotas.
Jogando pelo grupo C, o Gama brigou desde a primeira rodada, quando foi goleado por 4 a 1 pelo Macaé, dentro de casa, pelo rebaixamento. Seu grande rival pela última posição do grupo foi o único paulista na competição, o Marília, que apesar de ter tido uma derrota a mais que o Gama ( 4 a 3) se salvou da Série D por conta de sua única vitória. Para escapar da degola, o time do Distrito Federal precisava vencer o Macaé, fora de casa, para se manter na terceirona, pois o Marília folgou na rodada.
Só que o representante de Brasília da competição fracassou e amargou o rebaixamento. Já pelo grupo D, a situação foi pouco menos pior. Sem vencer na primeira metade da competição, com três empates e uma derrota, o Juventude troco de treinador. Saiu Osmar Loss entrou Beto Almeida, mas o time demorou para arrancar e conseguiu sua primeira vitória apenas em sua penúltima rodada na competição. Em sua última partida, o time gaúcho dependia de uma simples vitória contra o Criciúma, fora de casa, para seguir na Série C. Porém, o drama aumentou no final do primeiro tempo, quando o time catarinense abriu o placar. Nem o gol de Fausto foi capaz de salvar o Ju de seu segundo rebaixamento consecutivo (em 2009, a equipe caiu da B para a C).
Ainda, São Raimundo, que também não venceu na competição, e Alecrim, que chegou a liderar o Grupo B nas primeiras rodadas, não foram capazes de se manter na Série C. Ambas equipes foram dois dos quatro primeiros times que conquistaram o acesso na inédita Série D e retornarão para a competição em 2011. Por outro lado, as duas outras equipes que subiram em 2009, Macaé e Chapecoense, conquistaram a vaga para as quartas de final da competição.
Zebra com sotaque nordestino
Oito equipes conseguiram dar o primeiro passo rumo à Série B e se classificar para a segunda fase. Pelo Grupo A, Paysandu-PA e Águia-PA; No Grupo B, ABC-RN e Salgueiro; No Grupo C, Macaé-RJ e Ituiutaba-MG e no Grupo D, Criciúma-SC e Chapecoense-SC. Nas quartas de final, ABC e Criciúma fizeram bem o dever de casa e conseguiram uma vaga na segunda divisão nacional, contra Águia-PA e Macaé, respectivamente.
Os outros dois times que conquistaram o acesso jogarão pela primeira vez a Série B. Nesta temporada, o time mineiro foi rebaixado para a segunda divisão estadual e mesmo assim conseguiu o acesso. Com o regulamento embaixo do braço, o Ituiutaba foi o primeiro time a subir. Depois de empatar em 1 a 1 com a Chapecoense, fora de casa, o BOA fez a festa jogando diante seu torcedor num empate sem gols. Depois da partida, o treinador da equipe, Nedo Xavier não aguentou e caiu nas lágrimas.
Dado como praticamente rebaixado, o Salgueiro foi personagem de uma das maiores zebras da história do futebol brasileiro. Sem nenhuma vitória no primeiro turno, o Carcará trocou de treinador no meio da competição e conseguiu uma arrancada com três vitórias consecutivas se classificando para as quartas de final. Na fase, a equipe enfrentou o bicho papão, literalmente, da competição, o Paysandu.
No primeiro jogo, realizado em Salgueiro, interior de Pernambuco, empate por 1 a 1. Só uma vitória classificava o time pernambucano para avançar. Na primeira fase, o Paysandu havia empatado apenas uma vez dentro de casa e conquistado três vitórias, inclusive uma por 6 a 2 sobre o Rio Branco. Só que justamente, na manhã do dia 17 de outubro, o Papão foi derrotado, por 3 a 2, de virada, para desespero dos mais de 16 mil torcedores que compareceram no Estádio da Curuzu, em Belém.
O Mais Querido levanta a taça
Depois de passar pelo Salgueiro nas semifinais com um empate fora de casa e uma vitória diante seus torcedores, o ABC enfrentou o Ituiutaba, que eliminou, nos pênaltis, o Criciúma. O primeiro título nacional do clube potiguar veio no dia 20 de novembro depois de um empate sem gols no Frasqueirão. No primeiro jogo o alvinegro derrotou o time mineiro por 1 a 0, fora de casa e tinha a vantagem do empate.
Em sua segunda edição, o Campeonato Brasileiro da Série D foi de arrancar suspiro dos torcedores. Após muita confusão – perda de pontos do América-AM por escalar um jogador irregular -, o Joinvile-SC garantiu o acesso à Série C do Campeonato Brasileiro ao lado de Guarany-CE, Araguaína-TO e Madureira-RJ.
Inicialmente, 40 equipes separadas em 10 grupos – regionalizado e com quatro times cada -, deram larga em busca da classificação no Nacional de 2010. Antes de seu inicio, alguns times já renomados no cenário futebolístico – como Remo-PA e Santa Cruz-PE - já apareciam como um dos favoritos a ficar com as vagas em aberto.
Paulistas decepcionam e mineiros surpreendem
Oeste de Itápolis e Botafogo de Ribeirão Preto, os únicos representantes do estado de São Paulo na Série D, foram uma verdadeira decepção na primeira fase do campeonato. Com as equipes totalmente reformuladas pós-Campeonato Paulista, as mesmas foram presa fácil para os adversários na competição. Tradicional equipe do interior paulista, o Botafogo amargou a última colocação de seu Grupo, tendo em seis rodadas, apenas uma vitória.
Já o Oeste, que aos poucos vem ressurgindo no futebol paulista, também não cumpriu com as expectativas de seus torcedores. O time da cidade de Itápolis ficou com a lanterna de seu Grupo, tendo também ao final das seis partidas, apenas uma vitória.
Em contrapartida, os times mineiros surpreenderam nesta fase. Classificado por ser apenas o quinta colocado no Campeonato Mineiro deste ano, o Uberaba terminou a primeira fase da competição na liderança de seu Grupo, tendo apenas uma derrota em seis partidas.
Já o Tupi, que foi o segundo melhor colocado no Estadual de 2010, se classificou para a segunda fase na base do sufoco. Com o mesmo número de pontos que o CENE-MS (9 em seis partidas), os mineiros só passaram a fase seguinte por terem maior saldo gols – 3x2. Assim, o clube ficou com a segunda vaga de seu grupo.

Favoritos caem precocemente
Favoritos desde o inicio do campeonato, Remo-PA e Santa Cruz-PE pecaram demais e acabaram sendo eliminados na segunda fase da Série D do Brasileiro. Mesmo classificado em segundo do seu grupo, o time pernambucano era favorito contra o Guarany-CE, que foi líder de sua chave.
Porém, favoritismo não ganha jogo. Na primeira partida entre as equipes, com o Estádio do Arruda completamente lotado por torcedores fanáticos do Coral, o Santa Cruz sofreu, mas venceu os cearenses por 4 a 3. Na segunda partida, realizada em Sobral, no Ceará, o time da casa fez prevalecer o mando de campo e venceu o apático Santa pelo placar de 2 a 0, acabando com o sonho do Tricolor pernambucano de conquistar o tão sonhado acesso.
Já o Clube do Remo, também pecou diante de um adversário, até então desconhecido, o Vila Aurora-MT. Na primeira partida, jogando em casa, o time não passou de um empate por 1 a 1, tendo que jogar fora de casa para garantir a classificação. Na partida de volta, jogando com o regulamento ao seu favor, o time matogrossense segurou um empate sem gols e eliminou os paraenses.
Acessos e muita confusão na Série D
Passadas as fases seguintes, os times com melhor aproveitamento na competição começaram a despontar e garantiram ao final o acesso à Série C. Foi assim que Madureira-RJ, Guarany-CE, Araguaína-TO e Joinvile-SC, garantiram a classificação.
Aliás, o último, precisou recorrer ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para ficar com a vaga. O até então classificado, América-AM, foi punido pela entidade por escalar um jogador irregularmente na competição – nas quartas-de-final contra o mesmo Joinvile- e acabou sendo punido com a perda de seis pontos, tendo como conseqüência, a perda do acesso para o rival.
Números do Flu!
Em 38 jogos, o Fluminense venceu 20, empatou 11 e perdeu somente sete vezes. O ataque tricolor balançou as redes dos adversários em 62 oportunidades, enquanto que a defesa sofreu apenas 36, deixando o saldo com 26 gols positivos. A melhor defesa da competição retrata bem o que é o trabalho de Muricy Ramalho, que prefere dar consistência a marcação, assim como fez no São Paulo quando conquistou o tricampeonato nacional.
A última derrota do Fluminense no Brasileirão ocorreu em 10 de outubro, quando perdeu de 1 a 0 do Cruzeiro, fora de casa. Após isso, o elenco tricolor soube manter a estabilidade até à conquista. O artilheiro do Flu foi ninguém menos que Washington, com 10 gols. O Coração Valente chegou ao clube logo após a Copa do Mundo e provou que poderia ajudar o Tricolor.
Quando tem Copa do Mundo...
Em 2010 aconteceu a Copa do Mundo da África do Sul. Além de parar o Brasileirão na sétima rodada, a competição tem outro tópico interessante com a disputa brasileira. Desde a criação do Brasileirão (em 1971), times do Rio de Janeiro e de São Paulo se revezam nas conquistas da competição em ano de Copa do Mundo.
Os cariocas possuem somente três conquistas nesse período (Vasco, em 1974; Flamengo em 1982; e Fluminense, em 2010), enquanto que os paulistas aparecem com sete títulos (Guarani em 1978; Sâo Paulo em 1986 e 2006; Corinthians em 1990 e 1998; Palmeiras em 1994; e Santos em 2002.
Arrancada tricolor!
Dado como "carta fora do baralho", o Grêmio foi o responsável por uma das mais belas arrancadas do Brasileirão. O Tricolor dos Pampas estava desacreditado e a torcida já pensava no tormento que seria 2011. Apesar disso, existia uma luz no fim do túnel e ela tinha nome e sobrenome: Renato Gaúcho. O treinador deixou o Bahia e aceitou o desafio de comandar o time em que é ídolo.
No começo, Renato Gaúcho sofreu com a crítica e também com a desconfiança da torcida. Mesmo assim, o ex-atacante gremista e responsável pelo título mundial do clube, deu a volta por cima e levou o Grêmio de "virtual rebaixado" para a Copa Libertadores de 2011. O caminho traçado para isso foi o poder do ataque, que marcou 68 gols, sendo o melhor da competição.
Um dia Jonas foi apontado como o "pior atacante do mundo". A citação foi feita por um jornal espanhol após uma partida do Grêmio em que o atacante perdeu gols considerados fáceis. Em 2010, Jonas deu a volta por cima, se emocionou em coletiva e provou com gols que tem capacidade de ir ainda mais longe. O atacante marcou 23 gols com a camisa do Grêmio no Brasileirão, sendo o artileiro da competição.
Jonas ainda fez história com a camisa gremista. O jogador se tornou o quinto maior goleador do clube, deixando para trás o atual treinador do time, Renato Gaúcho. Com 75 gols, Jonas está atrás somente de Alcindo, Tarcísio, Baltazar e Osvaldo. Antes do Brasileirão começar, Jonas ocupava a 17ª colocação no ranking dos maiores artilheiros e provou em campo ser capaz de superar traumas causados nos bastidores.
Os degolados!
O Brasileirão de 2010 deixou algumas marcas profundas e que ainda irão demorar um certo tempo para serem cicratizadas, principalmente para os quatro times rebaixados à Série B de 2011: Vitória, Guarani, Goiás e Grêmio Prudente. Os degolados - digamos - fizeram por merecer a queda. O caso mais crítico entre os rebaixados foi o do Guarani, que ficou 12 jogos sem vencer, sendo oito derrotas e quatro empates. A última vitória do time campineiro foi no dia 25 de setembro, quando fez 1 a 0 no então candidato à queda, o Vasco da Gama.
São por essas e outras que o futebol brasileiro continua sendo um dos mais disputados. Agora, é aguardar por 2011...
Com seis representantes, o Estado de São Paulo tinha pelo menos a obrigação de colocar um time na elite do Campeonato Brasileiro de 2011, mas o objetivo foi por água abaixo. Melhor para Coritiba, Figueirense, Bahia e América-MG que foram os donos das quatro melhores campanhas da Série B e puderam comemorar o tão sonhado acesso após 38 rodadas e quase sete meses de disputa.
Dono da melhor campanha, o Coxa comemorou não só o acesso, mas também o título da Série B. O feito aconteceu justamente um ano depois da terrível queda no Brasileirão, quando empatou em casa com o Fluminense e viu seus torcedores, revoltados, destruírem o Estádio Couto Pereira e travar uma verdadeira guerra campal com os policias dentro de campo. No entanto, a campanha de 2010 serviu para apagar qualquer lembrança do passado e teve como principal responsável o técnico Ney Franco, que prometeu levar o time paranaense de volta a elite. Depois de cumprir o objetivo, seguiu para comandar as categorias de base da Seleção Brasileira.
Devido aos incidentes de 2009, o Coritiba ficou quase o primeiro turno todo sem poder atuar no Couto Pereira, mandando seus jogos assim para Joinville. Mesmo longe de casa, conseguiu grandes resultados, mas foi na volta para Curitiba que iniciou a arrancada rumo ao título e ao acesso. Com saudades do time, a torcida compareceu em peso e empurrou o Coxa para a elite. Depois, foi só comemorar mais um campeonato conquistado.
Quem também fez uma campanha de tirar o chapéu foi o Figueirense, que contou com a experiência do atacante Reinaldo e apostou em jovens promessas como William, Roberto Firmino entre outros. Sob o comando de Márcio Goiano, o clube catarinense sempre esteve brigando pelas primeiras colocações e acabou terminando a Série B na vice-liderança, com 67 pontos conquistados.
Apoiado pela sua imensa torcida, tanto que teve a melhor média de público da Série B, o Bahia fez Salvador ter o carnaval de 2011 antecipado. Depois de começar com Renato Gaúcho no comando, o Tricolor se acertou com Márcio Araújo e sempre brigou pelo acesso. No entanto, alguns tropeços inesperados em casa quase acabaram prejudicando a grande campanha que o time realizou, terminando na terceira colocação, com 65 pontos.
Surpresa?
Após conquistar o acesso para a Série B em 2009, o América-MG entrou na competição com uma certa desconfiança, não só por parte de seus torcedores, mas também de toda a imprensa. Com um elenco bastante experiente, contando com jogadores como Fábio Junior, Euller, Irênio e Flávio, o Coelho foi o que mais sofreu para conquistar o acesso. O objetivo só foi alcançado na última rodada, ao empatar com a Ponte Preta em pleno Moisés Lucarelli. A torcida compareceu em bom número no estádio do adversário e fez a festa após o apito final, comemorando a volta à elite depois de nove anos.
Fracasso paulista
Mesmo com seis clubes, o futebol paulista não conseguiu colocar nenhum na elite do Brasileirão de 2011. Muito pelo contrário. Apenas a Portuguesa brigou até a última rodada com o América-MG para conquistar o acesso, ficando a apenas um ponto de atingir o objetivo. A vaga no G4 só não foi alcançada pelo fato da diretoria ter demorado para demitir Vadão, já que seu antecessor, Sérgio Guedes, fez uma campanha digna de times que brigaram pelo título. A diferença para o Coelho foi de apenas um ponto.
Sem dúvidas nenhuma, uma das maiores decepções desta Série B foi a Ponte Preta. Nas primeiras rodadas, fez uma campanha medíocre e foi para a Copa do Mundo muito próxima da zona do rebaixamento. No entanto, aproveitou bem a intertemporada e voltou surpreendendo a todos, conquistando seis vitórias seguidas e chegando a brigar pela liderança ainda nas primeiras rodadas do segundo turno. Porém, acumulou diversos jogos sem conquistar um resultado positivo e terminou na melancólica 14ª colocação, a apenas dois pontos da zona de rebaixamento.
Completando o fracasso paulista, o Santo André, que teve um grande primeiro semestre, conquistando o vice-campeonato paulista, perdeu muitos jogadores importantes - Branquinho, Bruno Cesar, Carlinhos, Nunes e Rodriguinho - e sofreu uma grande reformulação em seu elenco. Com várias mudanças na comissão técnica, amargou o rebaixamento para a Série C do Campeonato Brasileiro.
Ainda falando dos paulistas, o Bragantino fez uma campanha razoável e terminou na oitava colocação, tendo a melhor defesa da Série B ao lado do Figueirense. O São Caetano foi apenas o décimo colocado, enquanto o Guaratinguetá escapou da última rodada, ao vencer o Coritiba fora de casa. Aliás, esse foi o campeonato de despedida do Guará, que deixou o Vale do Paraíba e se transferiu para Americana, no Interior do Estado de São Paulo, passando a se chamar Americana Ltda.
Rebaixados
Se as torcidas de Coritiba, Figueirense, Bahia e América-MG comemoraram, o mesmo não se pode dizer dos torcedores de Brasiliense, Santo André, Ipatinga e América-RN, que acabaram sendo rebaixados para a Série C do Campeonato Brasileiro. A grande surpresa foi o Brasiliense, que contou com jogadores experientes como Aloísio Chulapa, Deda e Iranildo, mas não conseguiu correr atrás do prejuízo. Campeão brasileiro com o Flamengo no ano passado, Andrade assumiu o Jacaré nas últimas rodadas e por muito pouco não livrou o time da degola.
Pelo segundo ano consecutivo com a mesma fórmula de disputa com os 20 clubes da primeira fase sendo divididos em quatro grupos, as equipes se enfrentaram dentro das chaves, em jogos de ida e volta. Os dois primeiros colocados de cada grupo avançaram para a segunda fase, enquanto o lanterna foi rebaixado.
Com este sistema de disputa alguns times tradicionais ficaram pelo caminho, sendo ultrapassados por equipes de menos expressão. O grande exemplo disto é o Fortaleza. Único time da competição a não sofrer nenhuma derrota. Porém, nem assim a equipe conseguiu a vaga. Dividindo grupo com outro gigante, o Paysandu, que se classificou com uma rodada de antecedência, o Fortaleza precisava de uma vitória na última rodada contra o Águia, em Marabá, mas ficou num empate e voltou para casa antes da hora.
Que vergonha!
Se para os torcedores do Fortaleza, que já disputou a elite do Brasileirão, não conseguir a classificação foi motivo de lamentação. Para a torcida de Gama e Juventude, que também já estiveram na primeira divisão, o rebaixamento para a quarta divisão nacional é motivo para desespero. Com campanhas fracas, dignas do futebol apresentado, as duas equipes juntas somaram apenas uma vitória e sete derrotas.
Ainda, São Raimundo, que também não venceu na competição, e Alecrim, que chegou a liderar o Grupo B nas primeiras rodadas, não foram capazes de se manter na Série C. Ambas equipes foram dois dos quatro primeiros times que conquistaram o acesso na inédita Série D e retornarão para a competição em 2011. Por outro lado, as duas outras equipes que subiram em 2009, Macaé e Chapecoense, conquistaram a vaga para as quartas de final da competição.
Zebra com sotaque nordestino
Oito equipes conseguiram dar o primeiro passo rumo à Série B e se classificar para a segunda fase. Pelo Grupo A, Paysandu-PA e Águia-PA; No Grupo B, ABC-RN e Salgueiro; No Grupo C, Macaé-RJ e Ituiutaba-MG e no Grupo D, Criciúma-SC e Chapecoense-SC. Nas quartas de final, ABC e Criciúma fizeram bem o dever de casa e conseguiram uma vaga na segunda divisão nacional, contra Águia-PA e Macaé, respectivamente.
Os outros dois times que conquistaram o acesso jogarão pela primeira vez a Série B. Nesta temporada, o time mineiro foi rebaixado para a segunda divisão estadual e mesmo assim conseguiu o acesso. Com o regulamento embaixo do braço, o Ituiutaba foi o primeiro time a subir. Depois de empatar em 1 a 1 com a Chapecoense, fora de casa, o BOA fez a festa jogando diante seu torcedor num empate sem gols. Depois da partida, o treinador da equipe, Nedo Xavier não aguentou e caiu nas lágrimas.
Dado como praticamente rebaixado, o Salgueiro foi personagem de uma das maiores zebras da história do futebol brasileiro. Sem nenhuma vitória no primeiro turno, o Carcará trocou de treinador no meio da competição e conseguiu uma arrancada com três vitórias consecutivas se classificando para as quartas de final. Na fase, a equipe enfrentou o bicho papão, literalmente, da competição, o Paysandu.
O Mais Querido levanta a taça
Depois de passar pelo Salgueiro nas semifinais com um empate fora de casa e uma vitória diante seus torcedores, o ABC enfrentou o Ituiutaba, que eliminou, nos pênaltis, o Criciúma. O primeiro título nacional do clube potiguar veio no dia 20 de novembro depois de um empate sem gols no Frasqueirão. No primeiro jogo o alvinegro derrotou o time mineiro por 1 a 0, fora de casa e tinha a vantagem do empate.
Em sua segunda edição, o Campeonato Brasileiro da Série D foi de arrancar suspiro dos torcedores. Após muita confusão – perda de pontos do América-AM por escalar um jogador irregular -, o Joinvile-SC garantiu o acesso à Série C do Campeonato Brasileiro ao lado de Guarany-CE, Araguaína-TO e Madureira-RJ.
Inicialmente, 40 equipes separadas em 10 grupos – regionalizado e com quatro times cada -, deram larga em busca da classificação no Nacional de 2010. Antes de seu inicio, alguns times já renomados no cenário futebolístico – como Remo-PA e Santa Cruz-PE - já apareciam como um dos favoritos a ficar com as vagas em aberto.
Paulistas decepcionam e mineiros surpreendem
Oeste de Itápolis e Botafogo de Ribeirão Preto, os únicos representantes do estado de São Paulo na Série D, foram uma verdadeira decepção na primeira fase do campeonato. Com as equipes totalmente reformuladas pós-Campeonato Paulista, as mesmas foram presa fácil para os adversários na competição. Tradicional equipe do interior paulista, o Botafogo amargou a última colocação de seu Grupo, tendo em seis rodadas, apenas uma vitória.
Já o Oeste, que aos poucos vem ressurgindo no futebol paulista, também não cumpriu com as expectativas de seus torcedores. O time da cidade de Itápolis ficou com a lanterna de seu Grupo, tendo também ao final das seis partidas, apenas uma vitória.
Em contrapartida, os times mineiros surpreenderam nesta fase. Classificado por ser apenas o quinta colocado no Campeonato Mineiro deste ano, o Uberaba terminou a primeira fase da competição na liderança de seu Grupo, tendo apenas uma derrota em seis partidas.
Já o Tupi, que foi o segundo melhor colocado no Estadual de 2010, se classificou para a segunda fase na base do sufoco. Com o mesmo número de pontos que o CENE-MS (9 em seis partidas), os mineiros só passaram a fase seguinte por terem maior saldo gols – 3x2. Assim, o clube ficou com a segunda vaga de seu grupo.
Favoritos caem precocemente
Favoritos desde o inicio do campeonato, Remo-PA e Santa Cruz-PE pecaram demais e acabaram sendo eliminados na segunda fase da Série D do Brasileiro. Mesmo classificado em segundo do seu grupo, o time pernambucano era favorito contra o Guarany-CE, que foi líder de sua chave.
Acessos e muita confusão na Série D
Passadas as fases seguintes, os times com melhor aproveitamento na competição começaram a despontar e garantiram ao final o acesso à Série C. Foi assim que Madureira-RJ, Guarany-CE, Araguaína-TO e Joinvile-SC, garantiram a classificação.