Nem parecia que do outro lado estava um time com cinco meses de salários atrasados e vivendo uma grave crise financeira. Apesar de enfrentar um adversário problemático, o mistão do Vasco não conseguiu segurar o Universitario, que se apoiou na garra e na pressão da torcida para vencer, por 2x0, na noite desta quarta-feira. O jogo aconteceu no Estádio Nacional, em Lima (Peru).
Com este importante resultado, o time peruano dá uma aliviada na crise pelo qual passa. Além das ameaças de greve, o clube também corre o risco de rebaixamento por conta dos atrasos salariais. Mesmo assim, vai jogar a volta com a vantagem de poder perder por até dois gols diferença, desde que marque no mínimo um gol.
Por outro lado, o Vasco será obrigado a buscar uma vitória por três gols de diferença, na próxima quarta-feira, às 21h50, em São Januário. Se conseguir esta façanha, o clube cruz-maltino encontrará pela frente o vencedor de Universidad do Chile-CHI e Arsenal-ARG.
Com um time completamente limitado e vítima de uma crise financeira, o Universitario conseguiu acuar o mistão vascaíno apenas na base da vontade. Apoiados por sua torcida, os peruanos buscaram o ataque desde os primeiros minutos, na tentativa de se impor.
A primeira boa chance veio logo aos nove minutos. O atacante Fano deixou seu companheiro Ruidíaz na cara do gol. No entanto, o camisa 9 bateu fraco nas mãos de Fernando Prass. Aos 11, Fano ajeitou para o meia Vitti, que chutou em cima do zagueiro Douglas e, no rebote, mandou rente à trave esquerda.
Aos 21 minutos, os cariocas precisaram de um milagre do zagueiro Nilton para se safarem do gol. Ruidíaz fez grande jogada pela direita e alçou na área. Sem marcação, Fano subiu com estilo e cabeceou no contrapé de Prass. Para sorte do goleiro, Nilton tirou em cima da linha.
Apesar da grande pressão, os donos da casa chegaram ao gol apenas em um pênalti polêmico. O árbitro assinalou falta de Douglas sobre o meia Torres na área, o que gerou muita reclamação vascaína. Na cobrança, Ruidíaz bateu com força, no ângulo direito de Fernando Prass, que não alcançou.
Por muito pouco a situação cruz-maltina não ficou pior aos 43 minutos. Em lindo contra-ataque, Ruidíaz recebeu lançamento de Fano e descolou bela enfiada para o meia Flores. Este disparou em velocidade, invadiu a área e tocou sobre o goleiro. No entanto, Nilton surgiu para salvar em cima da linha, novamente.
No segundo tempo, o Vasco conseguiu equilibrar um pouco mais o jogo e já não recebia a pressão da etapa inicial. Tanto que a primeira chance clara de gol foram dos brasileiros. Aos seis minutos, o meia Bernardo bateu falta com categoria, a bola acertou o suporte do gol e balançou a rede por fora, dando a falsa sensação de gol.
Conforme o tempo passou, a impressão era de que o Gigante da Colina não demoraria a chegar ao empate. Aos 13 minutos, por exemplo, o atacante Alecsandro teve uma grande chance de marcar. Após bobeado do zagueiro Galliquio, o volante Allan roubou a bola e deu passe, dentro da área, para o camisa 9, que chutou na rede pelo lado de fora.
Contudo, aos 14, veio um balde de água fria no time carioca. Em um contragolpe mortal, o volante Torres fez bela assistência para Fano, que escapou nas costas da defesa em posição duvidosa. Livre, o jogador invadiu a área e bateu com categoria, no canto direito do goleiro.
Após o gol, o Universitario tentou esfriar o jogo e se fechou na defesa, para tentar matar a partida em novo contra-ataque. Apesar dos cariocas terem melhorado, quem mais se aproximou de marcar foram os peruanos, que conseguiram segurar o resultado até o final.