quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O peso da camisa


Por Ícaro Alysson

Outro dia, coloquei uma camisa de um grande clube brasileiro pra lavar, no dia seguinte quando ela estava num cabide no varal, minha prima me chamou pra ver o que havia acontecido: O cabide havia se quebrado pela metade. Logo ela me disse:

-Ícaro, Acho que o cabide não aguentou o peso da camisa!

Rapidamente, tratei de retirar a camisa que já estava praticamente enxuta e abrir espaço para outras vestimentas no varal. Logo depois, me veio a idéia de criar uma crônica falando sobre o "peso da camisa", que é uma expressão usada quando se fala de um jogador que não tem uma preparação psicológica adequada e acaba não jogando aquilo que todos sabem que ele pode jogar.

Quase sempre pensamos num jogador de futebol como sendo um ser "fantástico", um super-herói preparado para todas as batalhas dentro de campo, uma pessoa sem vontades, sem sentimentos, obcecado pelo sucesso. Não! Não é assim. Um jogador de futebol é tão gente quanto a gente. Como todo ser humano, possui seus desejos, defeitos e sentimentos, tem momentos bons e momentos ruins. É nessa hora, que para uma pessoa normal, surge a psicologia para ajudar, no entanto, na vida do atleta de alto nível a presença de um(a) psicólogo(a) é extremamente recomendada, visto que o futebolista trabalha com muita pressão ao seu redor: Família, trabalho, torcida, imprensa, vida pessoal... Nem sempre o jogador consegue tomar conta de todas essas responsabilidades, chegando até a se desestabilizar emocionalmente ao menor sinal de que a situação pode sair do controle. A psicologia ajuda muito nessas horas.

Apesar disso, existem técnicos que preferem cuidar sozinhos da parte psicológica de seus jogadores. É preciso deixar claro que nem sempre os treinadores são preparados para tal atribuição, pois são profissionais da educação física, e não da psicologia. Comumente, encontramos comandantes futebolísticos que não possuem a estabilidade emocional para ter o controle de si próprios, quanto mais de um grupo de 30 jogadores. Devemos nos atualizar e romper com os ditames de ontem, principalmente no futebol brasileiro, que hoje perde de goleada em organização e modernização em relação ao futebol europeu. A psicologia no futebol é uma realidade entre as equipes verdadeiramente vencedoras. Esse é o futuro.

É preciso deixar bem claro que com essa modernização, não se pode rejeitar qualquer tipo de trabalho psicológico com o jogador desde a base até a aposentadoria, num trabalho integrado: Jogador-Psicologia-Técnico de forma a fazer o futebolista evoluir junto ao seu comandante, tornando o convívio melhor. A psicologia facilita tanto, que ajuda o técnico a conhecer melhor o seu comandado, desta forma o treinador pode criar melhores preleções, puxando pelo lado que torne o jogador mais motivado, o ajudando da melhor forma tanto dentro quanto fora de campo.


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